281 – Israel no Atlas Mundial do Vinho

Situado no lado leste do Mediterrâneo, o território onde se localiza Israel, entre o Líbano e o Egito, faz parte do berço da vitivinicultura mundial. Afinal de contas, por ali passou a disseminação da videira, vinda do Cáucaso em direção à Grécia, dois mil anos antes que os Gregos e, em seguida, os Romanos a levassem para a Europa Ocidental.

A vitivinicultura da região, entretanto, teve pouca importância, por séculos, estagnada e desconhecida do resto do mundo, até que em 1882 o Barão Edmond de Rothschild, proprietário do Chateau Lafite em Bordeaux, plantou vinhedos no sopé do Monte Carmel, em Samaria, e fundou a Vinícola Carmel com expertise francesa. Passados 130 anos, a Carmel Winery elabora 12 milhões de litros de vinho por ano.

Mas se a iniciativa do Barão, no século XIX, destaca-se pelo pioneirismo, a moderna indústria vinícola israelense e a respectiva revolução de qualidade vão acontecer nos anos 1990, quando a Golan Heights, na Galileia, introduz técnicas enológicas trazidas da Califórnia por meio da contratação do especialista Peter Stern.

Hoje, prestes a entrarmos na terceira década do século XXI, Israel conta com 40 vinícolas de tamanho médio ou grande e outras 250 menores, sem contar os pequenos produtores familiares elaborando vinhos de garagem.

As variedades mais presentes são francesas clássicas: Chardonnay, Sauvignon Blanc e Viognier entre as brancas, Cabernet Sauvignon, Merlot, Syrah e Carignan, entre as tintas cultivadas nas cinco regiões de vinhedos, a saber: a Galiléia no norte (Colinas de Golan); o deserto de Negev no sul; e, no centro do país, em torno de Jerusalem, Samaria, Samson e Colinas de Judá com solos que variam de vulcânicos no norte, areno-argilosos na costa até calcários nas colinas. O clima é mediterrâneo com verões longos, quentes e secos, e invernos curtos e úmidos.

Complementando, gostaria de citar, por seu destaque volumétrico, as vinícolas israelenses com produção acima de 1 milhão de litros de vinho por ano: Barkan (no Kibbutz Hulda), Binyamina, as já citadas Carmel e Golan Heights, Segal (na Alta Galiléia), Teperberg (no Kibbutz Tzora),…
Em recente apresentação na ABS-Rio, os degustadores tiveram oportunidade de atestar a excelência da moderna vinicultura israelense.