252 | Paulo Laureano surpreende na Vidigueira

Em meados dos anos 1990, chegava ao Alentejo o enólogo português Paulo Laureano, bem conhecido dos enófilos brasileiros. Durante certo tempo, ele esteve à frente da Vinícola Mouchão, recebendo o apelido de “Senhor Mouchão” e ecoando o famoso tinto da Alicante Bouschet, bem como os fartos bigodes. Desde então, passou a prestar consultoria a grande número – fala-se em mais de 30 – de empreendimentos, além de criar sua própria empresa, Vinus, na região da Vidigueira. Ele surpreendeu a vitivinicultura ao identificar e recuperar a variedade portuguesa Tinta Grossa, até então considerada extinta (com trocadilho), chegando ao varietal “Paulo Laureano Tinta Grossa”.

 

paulo-laureano-surpreende-na-vidigueira-2 

paulo-laureano-surpreende-na-vidigueira-3 

Essa introdução nos remete ao trabalho que ele agora desenvolve na Herdade do Moinho Branco para a Ribafreixo Wines, dos empresários Mario Pinheiro e Nuno Bicó, em Vidigueira. A propriedade de 114 hectares de solo xistoso focaliza castas autóctones como a branca Antão Vaz e a tinta Alfrocheiro, entre várias outras, para chegar a quatro linhas que já surpreendem pelos nomes: Pato Frio, Gáudio, Connections e Barrancôa.

 

Pato Frio – uma assinatura no rótulo – surpreende com um rosé Touriga Nacional, mas inclui um branco Antão Vaz prenhe de frescor e um tinto da mistura alentejana tradicional.

Gáudio pretende ser uma explosão de alegria, expressa no branco Alvarinho e no tinto Reserva.

Connections, com a assinatura do proprietário Mario Pinheiro, surpreende com o uso somente de Chenin Blanc – exaltada no Loire e na África do Sul – em pleno Alentejo.

Barrancôa, nome de uma parcela da propriedade, surpreende pelo rótulo algo excêntrico, apenas um B grafitado, incluindo dois blends, um branco e um tinto simples e amáveis.

Surpresas bem vindas…

paulo-laureano-surpreende-na-vidigueira-4 

paulo-laureano-surpreende-na-vidigueira-5 

paulo-laureano-surpreende-na-vidigueira-6 

paulo-laureano-surpreende-na-vidigueira-7